Novo Gol G6 deixa de ser popular
É bom que o leitor não se deixe enganar pelas fotos de divulgações tanto do novo Gol, quanto do novo Voyage. Sempre que um carro é lançado, as montadoras divulgam apenas fotos dos modelos completos, com melhor acabamento e visual mais requintado dando a impressão de um carro maior e melhor do que na realidade é.
O Novo Gol e Voyage G6 mudaram apenas o que se costuma mudar nos carros da VW: o visual. A principal mudança foi a incorporação da identidade visual da marca, que já estava presente em toda a linha VW mundo afora. Outra mudança que os dois carros receberam, esta sim, merece destaque, é a arquitetura eletrônica. Toda nova e os dois modelos receberam o “Comfort Blinker” que interpreta o comando de seta por um leve toque. A introdução do sistema ESS (Emergency Stop Signal ou Sinal de Frenagem de Emergência), que pisca as luzes de freio de forma intermitente, quando o motorista frear com força, e o sistema que aciona as luzes de pisca-alerta automaticamente, quando o carro para, também devem ser destacados.
Baseado no que vem sido publicado, o novo motor 1.0 TEC (Tecnologia para Economia de Combustível), de novo, só tem o nome. Nada mais é do que o velho conhecido VHT, que recebeu melhorias com os retentores das válvulas, do eixo comando e da flange do virabrequim de baixo atrito. O 1.6 VHT também recebeu as mesmas mudanças, mas tanto o 1.0 quanto o 1.6, não ficaram mais potentes.
Os dois carros passam a contar com novos itens de série como vidros dianteiros elétricos, travamento central e abertura interna da tampa do porta-malas. O Gol traz ainda limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro.
Pois bem, isso nos faz chegar à seguinte conclusão. A VW escutou, pela primeira vez, as reclamações dos seus clientes. Implantou novos itens de série (os antigos eram uma vergonha) e conta-giros em todas as versões, mas infelizmente aumentou o preço dos dois carros. Será que apenas eu notei que o Gol G5 pelado custava R$25.800? E será que só eu notei que no Gol G5, o limpador e desembaçador traseiros, custavam R$432,00 e os vidros elétricos + travas elétricas custavam R$676,00? Sou ruim de conta, mas vamos lá: 432+676=1.108.
Com essa mesma configuração do G5, o G6 deveria sair por R$26.928 com redução do IPI. Quando acabar a redução do IPI, o Gol G6 básico vai custar a partir de R$30.700. Ou seja, o carro popular mais vendido do Brasil, vai ser vendido pelo dobro do preço que era vendido há menos de dez anos. Que inflação é essa? Se levarmos em conta o Gol Power 1.6, a situação fica ainda pior. Em menos de dez anos, o Gol Power 1.6 completo, de R$26 mil, passou a custar R$38 mil.
Mesmo com toda a inovação que o Gol passou por todos esses anos, ele não vale o preço pelo qual é vendido. O seu projeto era de um carro popular, mas se sofisticou para atender as exigências do consumidor e a constante evolução dos concorrentes. Em uma faixa de preço acima dos R$30 mil, o Gol deixa de ser popular. Não é “à toa” que o projeto para o futuro do Gol, seja receber uma nova plataforma e se sofisticar cada vez mais. Há quem diga, que o Gol irá assumir o papel do Polo. Quem irá assumir o papel do Gol (popular) será o Up!, ou o derivado dele.
O pior momento dessas transições é sempre este. Quando um carro projetado para ser popular, tem que se passar por Premium e, nós, consumidores, pagamos mais para ter sofisticação em uma plataforma barata.
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